
O Seguro e a Alma
- Lorena Lisboa
- 13 de jul.
- 2 min de leitura
Relações são como seguros. Não no sentido frio de um contrato, mas no compromisso invisível de presença, constância e cuidado.
Um seguro, a gente não aciona todos os dias.Ele está ali, silencioso, esperando o imprevisto.Mas até para acioná-lo, é preciso estar em dia. É preciso ter mantido o vínculo ativo, nutrido, reconhecido. E com as relações é a mesma coisa.
Tem gente que só procura quando precisa, quando algo desaba, quando a vida dói, mas se esquece que até o afeto precisa de manutenção. Porque afeto também expira, também se esgota, também fecha as portas quando não é visto, quando só é requisitado no desespero.
Não se aciona apoio sem que exista história construída. Não se cobra presença onde não houve troca. Não se exige acolhimento de quem foi esquecido nos dias comuns.
E isso não é frieza. Isso é equilíbrio.
Relações saudáveis são aquelas onde há reciprocidade energética.Não falo de estar grudado todo dia.Falo de lembrar, de se importar, de alimentar o vínculo com um gesto, uma palavra, uma presença sutil.
Assim como o seguro, se você não paga por um mês e tenta usar, a resposta é simples e justa: “Seu plano está inativo.”
E é assim também no coração de quem aprendeu a se amar. Chega um momento em que a gente para de atender apenas emergências emocionais. A gente entende que o amor que a gente oferece precisa ser cuidado, não consumido.
Ser luz na vida de alguém não é se apagar para socorrer. É iluminar juntos, em fluxo, em respeito, em troca.
Portanto: se você tem alguém que é abrigo,não espere o vendaval para lembrar que esse lugar existe.Reconheça. Honre. Mantenha o afeto vivo antes que ele precise fechar as portas.
Porque amar também é isso: manter o vínculo ativo mesmo quando não há emergência.
—Prosaterapia 🌿



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