A Vila Entre as Árvores: Um voo sobre a morada da alma
- Lorena Lisboa
- 15 de jun.
- 2 min de leitura

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Há sonhos que não são apenas sonhos. São travessias. Portais. Encontros com realidades que não se veem com os olhos da carne, mas que moram na memória da alma.
Conta-se sobre um voo — um voo sem asas, sem pressa, sem medo. Um voo em que o corpo ficou para trás e o espírito, leve como brisa noturna, reconheceu sua natureza livre.
Antes do voo, havia um transporte. Um veículo que seguia por um mundo que não era daqui. Nele, havia pessoas desconhecidas, árvores balançando sob a noite, e uma sutil sensação de transição. Até que veio a percepção clara: “Não preciso seguir nesse caminho. Eu posso voar.”
E então, o salto. Não com os pés, mas com a consciência. A alma se lançou ao ar com a certeza de que não há queda para quem reconhece sua essência imaterial. Não havia gravidade, apenas graça. E a paisagem, vista de cima, era como um sussurro de um lugar que já se conheceu antes.
Lá embaixo, uma vila entre as árvores. Casas delicadas, com luzes amarelas suaves nas janelas. Mas havia algo diferente ali: as casas não tinham móveis, não havia eletrodomésticos, utensílios, nem as coisas que normalmente definem o “viver” no plano material. No lugar disso, havia luz, seres, plantas, presença viva e silenciosa. Cada ambiente vibrava como um campo energético — acolhedor, sereno, quase respirando.
Era como se aquele lugar dissesse, sem palavras:
Aqui não se acumula. Aqui se é. Aqui não se guarda. Aqui se compartilha. Aqui não se possui. Aqui se pertence.
A cena revelava um modo de existir que não depende de matéria — um modo puro, onde a alma habita com o essencial: luz, amor e conexão. Ali, a vida acontecia sem peso. Tudo pulsava, como se o próprio ambiente fosse um ser vivo.
E quem voava, compreendia: não era um sonho qualquer. Era um lembrar. Um lembrar da origem, da leveza, da natureza sutil da existência.
Talvez todos nós, em algum momento de profunda entrega, sejamos capazes de visitar essa vila. Talvez ela seja real — no sentido mais sagrado que essa palavra pode ter. Talvez seja uma morada da alma, um lugar entre dimensões, entre vidas, entre estados de consciência. Um lugar onde a alma retorna para recordar quem é, de onde veio e para onde vai.
Nem sempre é possível traduzir o que é espiritual com palavras. Mas quando se sente o chamado, o melhor a fazer é escutar com reverência.
Que esse relato alcance aqueles que também sentem, no mais íntimo silêncio, que há algo além. Que a alma pode voar. Que existe um lugar onde não há muros nem trancas, apenas portas abertas para a luz.
E talvez… essa vila esteja apenas esperando que cada um de nós se lembre de como voar.
Paz e Luz!
Prosaterapia



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